A brincadeira pode não ser conhecida entre as crianças de hoje, mas se você tem mais de 30 anos, certamente conhece muito bem: um grupo de crianças se reúne em roda ou em fila, o primeiro cochicha uma frase no ouvido do outro, que passa a frase para a próxima criança e assim por diante. Não é permitido perguntar e nem repetir a frase, ou seja, não é permitido checar se compreendeu ou se foi compreendido. Ao final, frequentemente entre gargalhadas, todo o grupo se diverte com a frase absurda que chegou aos ouvidos do último participante, encarregado de dizê-la em voz alta para ser comparada à frase inicial.
Divertido nas brincadeiras infantis, o telefone sem fio não tem graça nenhuma no dia a dia das empresas. As falhas de comunicação são responsáveis por boa parte dos problemas corporativos que geram desde mal entendidos, retrabalho e problemas de clima organizacional, até queda da produtividade, perda de negócios e prejuízos financeiros.
Mesmo diante das consequências nefastas, muitos profissionais insistem em praticar a “brincadeira” quase que diariamente. Acha que não? Então, vejamos:quantos e-mails são passados adiante por destinatários que nem sequer haviam entendido a mensagem antes de reencaminhá-la? Quantas determinações são transmitidas sem nenhuma checagem para verificar se foram corretamente compreendidas? Quantas vezes, mesmo com dúvidas, profissionais se calam em lugar de perguntar? Quantas mensagens são passadas através de canais e linguagem inadequados?
Não quer brincar mais? O antídoto é simples: checar, checar e checar. Ao receber uma mensagem, verifique se compreendeu antes de passa-la adiante. Ao transmitir uma mensagem, cheque se seu interlocutor entendeu e repita se for necessário. E deixemos o telefone sem fio na esfera das brincadeiras infantis.
Créditos:
Fabiana Moura
Jornalista e consultora em comunicação, formada na Internacional Syracuse University de Nova York. Especialização em Marketing e mestrado em gestão de negócios. Ampla experiência em gestão de comunicação corporativa e assessoria de imprensa em organizações públicas e privadas. Dá aulas de pós-graduação e atua também na condução de iniciativas internacionais de responsabilidade social junto a empresas parceiras, como PYXERA Global e IBM.