Em primeiro lugar é preciso entender o significado da palavra “disciplina” e da combinação “disciplina de vida” e, mais do que isto, por que é tão importante ter disciplina de vida.
Disciplina = A palavra “disciplina” deriva-se de “discípulo” e tanto uma quanto outra palavra, tem origem no termo latino para pupilo que, por sua vez, significa instruir, educar, treinar, dando ideia de modelagem total de caráter. Assim, a palavra disciplina, além de significar, em sentido acadêmico, matéria, aula, cadeira ou cátedra, também é utilizada para indicar, em educação, a disposição dos alunos em seguir os ensinamentos e as regras de comportamento. (Wikipédia)
Vida = A vida (do latim vita) é um conceito muito amplo e admite diversas definições. Pode-se referir ao processo em curso do qual os seres vivos são uma parte; ao espaço de tempo entre a concepção e a morte de um organismo; a condição duma entidade que nasceu e ainda não morreu; e aquilo que faz com que um ser vivo esteja vivo. (Wikipédia)
Portanto:
Se disciplina significa instruir, educar, treinar, dando idéia de modelagem total de caráter; e vida é o espaço de tempo entre a concepção e a morte de um organismo, podemos inferir que é a disciplina que nos permitirá, ao longo de “nosso” tempo entre concepção e morte, evoluirmos; que, do ponto de vista mais metafísico, trata-se do objetivo maior de nossa existência.
Sendo correta esta definição, disciplina de vida é necessária e essencial para que possamos cumprir bem o nosso papel no Universo.
Napoleão Bonaparte, quando perguntado por um de seus soldados sobre qual qualidade precisaria desenvolver para se transformar, um dia, num grande general, respondeu:
“Se você me pede para que eu indique apenas uma qualidade, aquela que poderá algum dia transformá-lo, não só em um grande general, mas em um grande homem, então eu vou lhe dizer, meu jovem. Você precisa desenvolver aquela a partir da qual todas as outras virtudes virão: você precisa ser disciplinado. Só assim você se valerá bem do tempo, nosso bem mais precioso. Quanto a mim, pode ser que, no futuro, eu perca uma batalha, mas jamais perderei um minuto.”
E como desenvolver esta qualidade? A qualidade a partir da qual todas as outras virtudes virão?
Inúmeras são as possibilidades. Eu, particularmente, gosto das técnicas usadas em alguns programas de Coaching, que, aliás, só funcionam a partir desta tão importante qualidade – a Disciplina – e é a primeira que procuro trabalhar quando inicio um programa com algum de meus clientes.
Se Disciplina significa ensinar, educar, treinar, dando ideia de modelagem de caráter; Coaching, segundo Leonardo Wolk, em seu livro: “Coaching a Arte de Soprar Brasas”, é um processo de aprendizagem; ontológico porque trata do sentido do ser e transformacional porque postula que nada ocorrerá sem transformação pessoal. É alquimia – aquela experiência que produz em nós, não apenas aprendizagem, mas também transformação. O Coaching é, portanto, um convite à mudança, a ser mudado, a pensar diferente, a revisar e revisitar nossos modelos.
Modelos que de tão arraigados, estão cumprindo seu papel, da melhor maneira possível, desde que os adotamos, mesmo que já não nos sirvam de nada, e por quê? Justamente porque não os revisitamos periodicamente para ajustá-los, alterá-los, substituí-los ou mesmo, eliminá-los.
Fazendo uso dos pontos fortes do coachee (cliente), o coach, num processo interativo, atua mais como um facilitador, conduzindo-o a fazer melhor uso de suas potencialidades, em direção aos seus mais importantes objetivos pessoais. É um trabalho focado, dirigido e, por este motivo, de resultados rápidos e efetivos, que requer, sempre e em primeiro lugar, Disciplina.
A grande maioria de nós não tem uma disciplina de vida satisfatória – falta algo. Falta, talvez, como disse Napoleão, aceitar perder uma batalha, mas, jamais, perder um minuto de nossas vidas.
Como dizia Cazuza: O Tempo não para, mas não é preciso correr “atrás” do tempo. A disciplina de vida nos faz acompanhá-lo enquanto ele, simplesmente, acontece.